sexta-feira, 6 de março de 2009

Detalhes da Crise


Devido a uma exposição dedicada ao arquiteto estrela, Richard Rogers (premio Pritzker em 2007) está em Barcelona, e se mostra afetado pela crise que, em suas próprias palavras, “atingiu de forma especial aos arquitetos”. Nos últimos dias, Rogers anunciou a demissão de 35 das 170 pessoas que trabalham em seu escritório de Londres. “Foi a decisão mais triste que tive que tomar em toda minha carreira, pois sempre acreditei em equipes e considero a nossa como uma comunidade”, lamenta. “A maioria dos projetos que temos não foram cancelados ou parados, mas muitos avançam tão lentamente que não podemos manter as pessoas durante esse tempo indefinido esperando que tudo volte ao normal.”

Rogers considera que politicamente são necessários mais investimentos no setor publico “para trabalhar no desafio de mudar o futuro com mais escolas, habitação social, melhoria das redes de transporte e de energia”, assim como melhorar o sistema atual de funcionamento das construtoras e incorporadoras.

Ainda segundo Rogers, pioneiro reivindicativo de uma arquitetura sustentável, a crise pode servir para acelerar algumas dessas mudanças, como o uso de elementos pré-fabricados para a redução de custos, ou apostar por cidades compactas que permitam o máximo uso do transporte público.

Como a crise ainda não afeta dessa forma os países em desenvolvimento, os arquitetos brasileiros terão que continuar sonhando por muito tempo com o dia em que isso aconteça por terras tupiniquins. Quando possam reivindicar algo do poder público com a certeza de que serão ouvidos, principalmente na tentativa de reduzir o poder que detém hoje os incorporadores e construtores. Ainda mais porque, sejamos claros, no Brasil o arquiteto não manda nada. E isso seguirá assim enquanto não tenhamos um órgão representativo exclusivo e eficaz.

Um comentário:

  1. Éééé! A gente quer mandar! Dá uma fatia do bolo pra nóis Queiróis!
    E arquitetura sustentável aqui, na minha opinião é uma utopia braba! Aqui o que realmente importa é a bufunfa e se pra ser sustentável sai mais caro, desencana deixa assim mesmo!
    Triste, mas real!

    ResponderExcluir