domingo, 19 de julho de 2009

Ray Charles – Modern Sounds In Country And Western Music (1962)


18º disco de sua carreira, foi gravado em fevereiro de 1962 nos studios Capitol de Nova York e United em Hollywood e está repleto de country, folk e covers de clássicos da música western adaptados ao seu estilo particular, cheio de jazz e R&B e produzido por ele mesmo em parceria com Sid Feller. Sucesso de público e crítica, com esse disco Ray se fez popular tanto nas rádios de R&B como nas de country e chegou a vender meio milhão de cópias no ano de lançamento. Durante a gravação desse álbum, Charles converteu-se num dos primeiros músicos negros a ter controle total sobre seu trabalho, justo numa época aonde os direito civis - principalmente de negros e mulheres - eram conquistados na marra, e sua integração entre soul e country derrubou enormes barreiras musicais e esse disco é até hoje considerado um marco da música americana. Na mesma lista dos 500 melhores discos de todos os tempos da Rolling Stone citado anteriormente nesse blog, esse disco alcançou a posição de número 104. “I Can’t Stop Loving You” é o hit do disco, mas todas as outras músicas são iguais de belas e atemporais, e Ray deixa claro que pessoas que diziam que um negro não poderia contar country estavam erradas. Ele não enxergava as cores, e isso nunca lhe fez falta.

1.Bye Bye Love
2.You Don't Know Me
3.Half as Much
4.I Love You So Much It Hurts
5.Just a Little Lovin' (Will Go a Long Way)
6.Born to Lose
7.Worried Mind
8.It Makes No Difference Now
9.You Win Again
10.Careless Love
11.I Can't Stop Loving You
12.Hey, Good Lookin'
13.You Are My Sunshine
14.Here We Go Again
15.That Lucky Old Sun (Just Rolls Around Heaven)

Baixe e escute o country do gênio:

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Ray Charles – The Genius Sings The Blues (1961)


Último disco seu pela Atlantic Records e um dos melhores, uma compilação de doze blues gravados em varias sessões durante seu período na gravadora, aqui se pode ver o desenvolvimento de seu estilo combinando piano blues, jazz e R&B do sul, gravando musicas de T-Bone Walker – “Mr. Charles Blues” – ou de Big Maceo Merryweather – “Some Day, Baby”. O blues está por todos os lados, e a voz e o piano de Ray Charles são fantásticos.

1.Early in the Mornin'
2.Hard Times (No One Knows Better Than I)
3.The Midnight Hour
4.(Night Time Is) the Right Time
5.Feelin' Sad
6.Ray's Blues
7.I'm Movin' On
8.I Believe to My Soul
9.Nobody Cares
10.Mr. Charles' Blues
11.Some Day Baby
12.I Wonder Who

Baixe aqui e escute ao genio:

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Ray Charles – In Person (1959)


Disco ao vivo gravado no 28 de maio de 1959 numa noite chuvosa em Atlanta, Georgia, no Morris Brown College’s Herndon Stadium. Todos as faixas desse disco, juntos com as outras gravadas no disco “At Newport” (1958) – post anterior – foram lançadas em 1987 numa compilação intitulada “Ray Charles Live”. O show foi patrocinado pela estação de radio WAOK, cujo principal DJ, Zenas “Daddy” Sears, gravou o show desde a platéia usando um único microfone. Vale a pena conferir.

01. The Right Time
02. What'd I Say
03. Yes, Indeed
04. The Spirit Feel
05. Frenesi
06. Drown In My Own Tears
07. Tell The Truth

Baixe e escute:

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Ray Charles – At Newport (1958)


Disco ao vivo gravado no Newport Jazz Festival de 1958, um grande exemplo para os interessados nos seus primeiros anos de jazz. Abundam demonstrações de seu virtuosismo no piano e dos outros grandes músicos que o acompanham. Prestem atenção nas faixas “Blues Waltz”, “In a Little Spanish Town” ou “Talking ‘Bout You” e vocês verão o que é soul.

01. Night Time Is the Right Time
02. ln a Little Spanish Town
03. I Got a Woman
04. Blues Waltz
05. Hot Rod
06. Talkin' 'Bout You
07. Sherry
08. A Fool for You

Baixe e escute aqui:

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Grandes Nomes do Blues 22 – Ray Charles


Ray Charles Robinson nasceu dia 23 de setembro de 1930 em Albany, Georgia. Cego desde os sete anos, foi educado na Florida School de St. Augustine, uma escola para surdos-mudos e cegos aonde estudou piano e aprendeu a ler partituras em braile.

Aos quinze anos foi expulso do colégio, vendo-se obrigado a viver da música em Jacksonville, Florida. Poucos meses após já tinha conseguido tocar em alguns locais pela cidade. Quando voltava a casa, impregnava-se da música country, gospel e blues que tocava no rádio, e graças às máquinas de discos dos bares conheceria aos seus dois principais modelos musicais: Nat “King” Cole e Charles Brown.

Nos dois próximos anos Ray tocou em diferentes bandas. Algumas vezes se encarregava dos arranjos, em outras tocava o saxofone ou escrevia as letras. Assim percorreu toda a Flórida, atuando por vez primeira em Tampa, tocando o piano e cantando num conjunto seguindo o modelo de Nat “King” Cole.

Incentivado por G.D. McKee, um guitarrista com o qual havia tocado em Tampa, Ray mudou-se a Seattle, Washington, em março de 1948 – uma viagem que durou 5 dias de ônibus. A dupla aproveitou o trabalho em abundancia que a cidade oferecia e debutaram pelo selo Downbeat Records (atualmente Swingtime). “Confession Blues”, uma de suas melodias, arrasou na primavera de 1949, e quem havia assinado como R.C. Robinson converter-se-ia assim definitivamente em Ray Charles. O dono da discográfica, Jack Lauderdale, lhe propôs montar uma banda com seu melhor intérprete, Lowell Fulson. Um dos grandes frutos de sua participação no espetáculo de Fulson, no qual atuou como pianista e vocalista de 1950 a 1952, foi o êxito “Baby, Let Me Hold Your Hand”, porém Lauderdale entrou num período de vacas magras e teve que vender o contrato de Charles para a Atlantic Records.

A primeira sessão de gravação de Ray Charles com seu próprio nome se deu em setembro de 1952 e o resultado foi um desastre, com um único tema com certa relevância (“It Should’ve Been Me”). Charles converteu-se então num solista buscando acompanhamento para sua música. No verão de 1954 formou uma banda para acompanhar a voz de Ruth Brown em sua turnê, depois da qual a banda continuou por conta própria. Em novembro Ray estava preparado para bater novamente à porta da Atlantic Records.

Tudo mudou no 18 de novembro de 1954 com “I Got A Woman”, tema inspirado numa canção gospel que pela primeira vez reunia toda a paixão e a força de Ray. Subiu ao número um das listas de R&B com esse que foi seu maior êxito na década. A próxima gravação foi outro número um, “A Fool For You”. Ray Charles chegou.

No final dos anos cinqüenta Ray Charles alçou vôo gravando jazz instrumental, blues, músicas inspiradas no gospel e um disco, “The Genius of Ray Charles”, acompanhado por uma grande orquestra. Depois de outros dois números um, “Down In My Own Tears” e “What’d I Say”, assinou um contrato com a ABC-Paramount no qual se reservava a propriedade de seu material e um controle artístico total. A partir daí não tinha mais volta: formou uma grande banda, criou seu selo próprio – Tangerine – e seguiu colecionando êxitos. Durante os anos sessenta e setenta editou jazz, pop, R&B, soul, country e western, ainda que nem sempre com o mesmo resultado. Nos anos oitenta recuperou importância graças à sua aparição no filme “The Blues Brothers” (1980) e à sua colaboração no projeto USA For Africa com “We Are The World”. Charles ganhou 12 Grammys e um Lifetime antes de morrer, em junho de 2004. Em seu disco póstumo “Genius Loves Company” (2004), gravou com numerosos artistas que arrasaram em quanto a vendas e ganharam múltiplos prêmios, ao mesmo tempo em que a bio-pic Ray (2004) ganhava um Oscar ao melhor ator – Jamie Foxx.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Memphis Slim – U.S.A. (1962)


U.S.A nos traz as últimas músicas gravadas por Slim para a United Records, que junto com “The Comeback” representam todas as que foram gravadas para esse selo em nada mais do que quatro sessões. Uma das figuras chaves para a qualidade das gravações foi outra vez o esplêndido Matt “Guitar” Murphy, que ainda ajudou nos arranjos e destrói em muitas das instrumentais. Esse disco merece estar na coleção de qualquer pessoa que goste de um bom e despretensioso blues.

01. Memphis Slim U.S.A.
02. Sassy Mae
03. Little Piece Of Mind
04. Gotta Find My Baby
05. Banana Oil
06. Blue And Lonesome
07. Two Of A Kind
08. She’s Alright
09. Blue All Around My Head
10. Wish Me Well
11. Four Years Of Torment
12. Gotta Find My Baby
13. Slim Was Just Kiddin’
14. Jive Time Bounce
15. Backbone Boogie
16. Memphis Slim U.S.A. (Alt take)
17. She’s Alright (Alt take)
18. Blues All Around My Head (Alt take)
19. Blue And Lonesome (Alt take)

Baixe aqui e escute:

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Memphis Slim – At The Gate of Horn (2003)


Magnífico, esse disco tem de tudo. Arranjos demolidores, boa qualidade de som e grandes músicas acompanhando sua profunda voz e seu imenso talento no piano. Aqui encontramos quase todos os seus melhores temas: “The Come Back”, “Blue And Lonesome”, “Sassy Mae”, “Mother Earth”, “Messin`Around With The Blues” e a poderosa “Rockin’ The House”. Só ficou faltando “Nobody Loves Me”. Ao contrario do que o título possa sugerir esse não é um disco ao vivo, mas sim uma gravação de estúdio de 1959 com Slim acompanhado pelo espetacular Matt “Guitar” Murphy e um par de saxofones, o que fez dele um dos melhores discos de blues da década de 50.

01. The Come Back
02. Steppin’ Out
03. Blue And Lonesome
04. Mother Earth
05. Slim’s Blues
06. Gotta Find My Way
07. Messin’ Around
08. Wish Me Well
09. My Gal Keeps Me Crying
10. Lend Me Your Love
11. Sassy Mae
12. Rocking The Blues

Baixe e escute:

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Memphis Slim – All Kinds of Blues (1961)


Disco solo provavelmente gravado pouco antes de sua imigração à Paris, esse é o terceiro de quatro albuns que Slim gravou para o selo Bluesville. Muitas das letras têm o duplo sentido que o caracterizou como compositor, como “Churnin’ Man” ou “If You See Kay” - cujo próprio título tem duplo sentido, leia pausadamente. “Blues is Troubles” é um “talking blues” que nos dá uma boa explicação do que é o blues, e ainda nos presenteia com três instrumentais, dois boogie woogies – estilo no qual era um mestre – e um slow blues. Memphis Slim foi um músico sensacional, sua voz é instantaneamente reconhecível e esse disco é uma boa amostra de seus talentos.

01. Blues is Troubles
02. Grinder Man Blues
03. Three-In-One Boogie
04. Letter Home
05. Churning Man
06. Two Of A Kind
07. The Blacks
08. If You See Kay
09. Frankie And Johnny Boogie
10. Mother Earth

Baixe e escute aqui:

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Grandes Nomes do Blues 21 – Memphis Slim


John Lee Chatman nasceu em Memphis, Tennessee. Sob a influencia de Roosevelt Skyes, Slim formou uma rápida carreira em sua cidade tocando em cafés, bares e outros cenários pela zona da Rua Beale. Em 1937 mudou-se para Chicago aonde trabalhou com Big Bill Broonzy, gravou alguns discos e, após a Segunda Guerra Mundial, formou seu próprio grupo, os House Rockers. Com eles editou vários discos para diferentes gravadoras e colaborou com nomes como Matt “Guitar” Murphy e Willie Dixon. Entre 1948 e 1949 gravaria para o selo Miracle clássicos como “Messin’ Around” e “Blue And Lonesome”.

Slim foi um músico prolífico, um pianista de primeira e um compositor que escreveu a maioria de suas letras, incluindo a inúmeras vezes versionada “Nobody Loves Me”, que todo mundo menos Slim a chamam de “Every Day I Have The Blues”. Em 1962 foi um dos participantes do American Folk Blues Festival, experiência que lhe foi tão boa que lhe fez mudar a Paris para viver, aonde permaneceu até o fim de sua vida.