sábado, 30 de maio de 2009

T-Bone Walker – T-Bone’s Blues (1959)


Originalmente lançado pela Atlantic em 1959, com 11 faixas gravadas entre 1955 e 1957, essa reedição de 1994 possui ainda 4 faixas bonus, entre elas “Why Not” – que posteriormente Jimmy Rogers regravaria mudando o título para “Walkin’ By Myself” e roubando os créditos para si – e uma inspiradíssima reverência a Leroy Carr na regravação de “How Long Blues”. Talvez o melhor disco gravado por Walker, suas faixas são quase que inteiramente regravações de músicas suas dos anos 40 com uma banda de apoio que contava com ninguém menos que Junior Wells, Jimmi Rogers, Ransom Knowling, Lloyd Glenn, John “Plas” Johnson Jr., Edward Chamblee, Mack Easton e Earl Hines. Além de um elenco de luxo como esse, a voz e a guitarra de Walker são soberbos. É só escutar aos seus inspirados solos em “Blues For Marili”, “Mean Old World”, no clássico “T-Bone Blues” ou “Papa Ain’t Salty”, nos deliciosos duetos com Little Walter Jacobs de 1955 em “Play On Little Girl” e “T-Bone Blues Special”, e na espetacular regravação de “Call It Stormy Monday” aonde consegue recapturar a essência a gravação original de 1947 com maior fidelidade. E ainda por cima podemos escutar na instrumental “Two Bones And A Pick” o duelo de Walker com R.S. Rankin e com o jazzman Barney Kessel. Um disco essencial para qualquer coleção de blues elétrico.

01- Papa Ain`t Salty
02- Why Not
03- T-Bone Shuffle
04- Play On Little Girl
05- T-Bone Blues Special
06- Mean Old World
07- T-Bone Blues
08- Call It Stormy Monday
09- Blues For Marili
10- Shufflin’ The Blues
11- Evening
12- Two Bones And A Pick
13- You Don’t Know What You’re Doing
14- How Long Blues
15- Blues Rock

Baixe e escute:

http://www.zshare.net/download/92500364f789fcef/

T-Bone Walker & B.B. King

Aniversário do B.B. King - Convidado especial: T-Bone

segunda-feira, 25 de maio de 2009

T-Bone Walker – Stormy Monday – The Complete Black & White Sessions (2004)


CD duplo com 48 faixas das gravações feitas por Walker para a falecida Black & White nos anos quarenta. Aqui se pode apreciar a fase mais importante da evolução de Walker como artista, aonde ele aperfeiçoou seu estilo de tocar a guitarra convertendo-se numa importante influência para todos os guitarristas de B.B. King pra baixo. Podemos também ver aqui sua transição do jazz a um jump blues mais orientado ao R&B, sendo ele um músico chave nesse estilo. Essas sessões – que incluem a gravação original de sua famosíssima “Call It Stormy Monday” – nos dão uma ótima introdução ao som de Walker e pode-se facilmente verificar o quão forte foi sua influência sobre o blues, o jazz, e mesmo o rock que veio depois.

Cd-1

01. Long Lost Lover Blues
02. Go Back To The One You Love
03. She Had To Let Me Down
04. Lonesome Woman Blues
05. T-Bone Jumps Again
06. T-Bone Shuffle
07. Misfortune Blues
08. Call It Stormy Monday But Tuesday Is Just As Bad
09. Don't Give Me The Runaround
10. Plain Old Down Home Blues
11. The Time Seems So Long
12. No Worry Blues
13. Dream Girl Blues
14. Long Skirt Baby Blues
15. That's Better For Me
16. Home Town Blues
17. I'm Still In Love With You
18. She's The No-Sleepin'est Woman
19. Triflin' Woman Blues
20. Hard Pain Blues
21. I'm In An Awful Mood
22. Wise Man Blues
23. Natural Blues
24. Inspiration Blues
25. Born To Be No Good

Cd-2

01. West Side Baby
02. Hypin' Side Baby
03. You're My Best Poker Hand
04. Description Blues
05. Don't Leave Me Baby
06. She's My Old Time Used To Be
07. I'm Waiting For Your Call
08. Bobby Sox Baby
09. First Love Blues
10. It's A Lowdown Dirty Deal
11. Midnight Blues
12. I'm Gonna Find My Baby
13. I Wish You Were Mine
14. I Want A Little Girl
15. Vacation Blues
16. Goodbye Blues
17. On Your Way Blues
18. I Know Your Wig Is Gone
19. I'm Gonna Move You Out And Get Somebody Else
20. Too Much Trouble Blues
21. So Blue Blues
22. Prison Blues
23. That Old Feelin' Is Gone

Baixe aqui e escute, bem alto:

http://www.zshare.net/download/9250016839ca6b38/

Grandes Nomes do Blues 20 – T-Bone Walker


Aaron Thibeaux Walker nasceu em Linden, Texas, no 28 de maio de 1910 e foi o único filho de Rance e Movelia Walker. Em 1912 a família se mudou a Dallas, aonde o jovem Aaron serviria de guia a Blind Lemon Jefferson pelas ruas da cidade antes de aprender a tocar a guitarra e se perder com artistas ambulantes durante os anos vinte. Até 1929, ano em que debutou pela Columbia com “Trinity River Blues” e “Wichita Falls Blues” assinando com o pseudônimo de Oak Cliff T-Bone (sendo T-Bone um jogo fonético de seu próprio sobrenome).

Walker tinha trabalhado localmente com Cab Calloway e Ma Rainey antes de partir em direção a Los Angeles em 1934 e buscar a vida: o primeiro passo foi formar um grupo para tocar no Little Harlem Club. O segundo passo foi gravar uma música (“T-Bone’s Blues”) com o grupo e acompanhado pela orquestra Les Hite antes de sair de turnê por Chicago e Nova York entre 1939 e 1940. De volta, modificou seu grupo e seguiu tocando para o Little Harlem Club. Já em 1942 compareceu a estúdios de gravação com sua guitarra para colaborar com a orquestra de Freddie Slack, e, acabadas as sessões, os responsáveis do selo Capitol Records decidiram gravar mais duas músicas: “Mean Old World” e “I Got A Break Baby”. Uma decisão acertada, pois a carreira de Walker viu-se relançada, permitindo-lhe seguir com suas turnês, tocar em clubes exclusivos para brancos em Washington, parar freqüentemente de 1942 a 1945 na sala Rhumboogie de Chicago, e ainda voltar a gravar, em 1945, para os selos Rhumboogie e Mercury.

Em setembro de 1946, pelas mãos do produtor Ralph Bass, Walker assinou um contrato exclusivo com o selo Black & White que o levaria a gravar, em 15 meses, 49 títulos entre os quais se encontram os mais importantes de sua carreira, como “Call It Stormy Monday” ou “T-Bone Shuffle”. Além disso, suas revolucionárias atuações o ajudaram a triunfar, especialmente por excentricidades como tocar a guitarra por trás da cabeça ou cuspir no palco. Em 1948 as vendas foram interrompidas devido à segunda greve da AFM, mas como não tinha parado de gravar anteriormente, 1950 foi um ano prolífico para ele. Lamentavelmente, seu selo – Black & White – não agüentou e quebrou, e os direitos de Walker foram adquiridos pela Capitol Records.

Na primavera de 1950, Walker decidiu-se pela Imperial Records e, dos 52 títulos que gravaria para esse selo nenhum chegaria às listas nacionais, mesmo sendo um trabalho de indiscutível qualidade. O mesmo aconteceu em 1955 com a Atlantic: nenhum êxito relevante, mas uma música memorável. Instalou-se em Los Angeles e continuou fazendo turnês.

Em 1962 Walker participou no American Folk Blues Festival, uma série de shows pela Europa que lhe serviram para mais tarde cercar-se de colaboradores, o que lhe permitia cruzar o Atlântico com freqüência. Era uma figura nos EUA e também na Europa, aonde chegou a gravar para diversos selos e em diferentes países: o álbum Good Feelin’ (1969) publicado pela Polydor ganhou um Grammy em 1970. Continuou dedicando-se à música até pouco antes de morrer.

Walker não despontou como cantor de blues, mas tinha as qualidades de um bom “crooner”; destacou-se por sua arte com a guitarra: seu som, suas frases pausadas e sua habilidade com a edição são as características de um estilo que foi referência indispensável para quase toda a geração de guitarristas do pós-guerra, coisa que Walker jamais haveria sequer sonhado. Foi o intérprete mais prestigioso do novo som que estava sendo gestado nos anos quarenta, uma fusão entre o beebop e o blues que deu lugar a alguns híbridos apaixonantes. Sua forma de tocar a guitarra era blues, porém de uma forma parecida ao jazz, com notas articuladas de forma precisa como um trompete de jazz. Suas raivosas improvisações de acordes, repetidas freqüentemente pelos metais, tiveram uma legião de imitadores, mas poucos conseguiram reproduzir seus fraseio impecável e a profundidade dos monólogos de sua guitarra.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

John Lee Hooker - Boom Boom

Cena extraída do fantástico filme The Blues Brothers, de 1980, aonde, no caminho para resgatar a Matt "Guitar" Murphy das guarras de sua dominadora mulher - no caso ninguém menos que Aretha Franklin - Jake e Elwood se deparam com uns caras tocando na rua, assim como a coisa mais normal do mundo. Nem mesmo o roteirista do filme - o próprio Dan Aykroid - encontrou uma palavra melhor para descrever tal experiência além de um singelo e reverente "Yeap!". Espetacular também o nome do restaurante de Aretha e Murphy, "Soul Food Café", e a briga final pela autoria da música.

Big Joe Turner - Shake, Rattle And Roll

Um vídeo com a conhecidíssima música de Turner, popularizada posteriormente por Bill Haley e seus cometas - um branco, obviamente. Esse é o começo do que hoje conhecemos como rock.

Big Joe Turner – Rock’N Roll Legend (2008)


Ultima coletânea lançada mostrando sua tremenda influência no que viria a ser o Rock’N Roll que todos conhecemos. Sem mais explicações.

01. Shake Rattle & Roll
02. Honey Hush
03. Flip Flop And Fly
04. Boogie Woogie Country Girl
05. Chains Of Love
06. Lipstick Powder And Paint
07. Rock A While
08. Corinne Corrina
09. Love Roller Coaster
10.Teenage Letter
11.Feeling Happy
12.Midnight Special Train
13.Hide And Seek
14.Ti-Ri-Lee
15.In The Evening (When The Sun Goes Down)
16.Well All Right
17.You Know I Love You
18.Don't You Cry
19.The Chicken And The Hawk
20.Married Woman
21.Oke-She-Moke-She-Pop
22.The Chill Is On
23.Sweet Sixteen
24.TV Mama
25.Cherry Red
26.Low Down Dog
27.Morning Glories
28.Roll 'em Pete

Baixe e escute aos primórdios do bom e já velho rock:

http://www.zshare.net/download/9249927986911dfa/

Big Joe Turner – Roll’Em (1995)


Editado pela coletanea “The Blues Collection”, esse disco reúne alguns dos clássicos de Big Joe do início de sua carreira, mais especificamente de 1939 a 1949, junto ao grande pianista de boogie Pete Johnson e gravados por vários selos como Vocalion, Varsity, Stag, Decca e MGM. Uma boa introdução para esse gigante da música.

01. Roll 'Em Pete
02. Baby, Look At You
03. Lovin' Mama Blues
04. Cafe Society Rag
05. Shake It And Break It
06. Goin' Away Blues
07. Cherry Red
08. How Long, How Long Blues
09. Low Down Dirty Shame Blues
10. Joe Turner Blues
11. Beale Street Blues
12. I Got A Gal For Every Day In The Week
13. It's The Same Old Story
14. Around The Clock
15. Married Woman Blues

Baixe e escute:

http://www.zshare.net/download/92499149a4932cfc/

Big Joe Turner & Roomful of Blues – Blues Train (1982)


A combinação da portentosa voz de Big Joe com o swing da banda Roomful of Blues nos presenteia um belíssimo disco repleto de grandes interpretações de clássicos, que conta ainda com a participação mais do que especial de Dr. John em “I Want A Little Girl”. Turner, que navegou por tantas águas – Kansas City Swing, Jump Blues, Rhythm and Blues e, porque não, do Rock’n Roll em seus primórdios – é um shouter espetacular e, aos seus 72 anos sentiu-se inspirado pela oportunidade de gravar com os Roomful of Blues reinterpretações dos clássicos que compõem esse álbum seminal. Os músicos que acompanharam Turner ao longo de sua carreira sempre foram do mais alto nível, e esse disco segue a regra. Como ele mesmo sempre diz, “well all-right!”

01. Crawdad Hole
02. Red Sails In The Sunset
03. Cock-A-Doodle-Doo
04. Jumpin’ For Joe
05. I Want A Little Girl
06. Blues Train
07. I Know You Love Me
08. Last Night
09. I Love The Way (My Baby Sings The Blues)

Baixe e escute ao trem do blues:

http://www.sendspace.com/file/vd2349

Grandes Nomes do Blues 19 – Big Joe Turner


Joseph Vernon Turner nasceu dia 18 de maio de 1911 em Kansas City, Missouri. Abandonou o colégio na primária para trabalhar na rua junto a músicos cegos que lhe impregnaram do blues que se respirava no ambiente da cidade, e que o levaram a compor suas próprias letras – apesar de Turner ter sido analfabeto funcional e de jamais aprender a ler ou escrever corretamente.

Quando adolescente afirmava ter estudado a Leroy Carr, Lonnie Johnson, Bessie Smith e Ethel Waters, e com 17 anos já tinha atuado junto a Pete Johnson no Backbiter’s Club. Como não existiam microfones na época, reza a lenda de que sua portentosa voz se podia ouvir a dez quarteirões de distancia. Nascia assim um novo tipo de cantor de blues: o blues “shouter”.

No começo dos anos trinta, Turner e Johnson se mudaram ao Black and Tan, o club aonde Turner se aproveitaria para aprender a como administrar um bar. Quando, em 1933, aboliu-se a Lei Seca, a dupla foi ao Cherry Blossom, um lugar maior com pista de dança e a orquestra de George E. Lee incluída. Durante esse período ambos aproveitaram para conhecer a Omaha e St. Louis. Em 1935 voltaram a transladar-se – dessa vez ao Sunset Café – ao lugar aonde John Hammond lhes ouviria e terminaria por convidar-lhes a participar do show Spirituals To Swing em Nova York. Tamanha vitrine lhes permitiu juntar forças com Albert Ammons e Meade “Lux” Lewis e começar um período de quatro anos na casa de espetáculos Café Society, especializada em música negra. Johnson e Turner estrearam para a Vocalion, porém Joe terminaria por mudar-se à Deca em 1940. As bandas de jazz lutavam por tocar com Turner, que colaborou com Varsity Seven, Benny Carter, Joe Sullivan e Art Tatum, e que ainda soube cercar-se de pianistas como Sammy Price ou Willie “The Lion” Smith para gravar seus próprios discos.

No verão de 1941 Turner foi a Los Angeles para participar do musical Jump For Joy de Duke Ellington. Turner aderiu-se ao espetáculo já estreado, mas Ellington tinha lhe preparado um blues para cantar quanto chegasse: “Rocks In My Bed”. O musical durou até o final de setembro e esse foi o ato central que Turner interpretou e que lhe permitiu voltar ao Café Society de Nova York.

Foi contratado pela National Records em 1945 e gravou em Nova York, Chicago e Los Angeles acompanhado de pequenos grupos, que geralmente incluíam sopros. Entre 1947 e 1948 gravou sessões na Califórnia para os selos Aladdin, Swingtime e MGM. Instalou-se em Nova Orleans no final dos quarenta até assinar um contrato com a Atlantic Records e começar assim seu período de máxima popularidade.

Os sócios da Atlantic – Ahmet Ertegun e Herb Agrahamson – pressentiram que Turner poderia prosperar no R&B, um gênero que cativava à audiência negra. Efetivamente, Turner não decepcionou lançando sucessos como “Chains Of Love”, “Honey Hush” ou “Shake, Rattle & Roll”, e preparando seu salto definitivo do blues ao imediato Rock’n Roll. Gravou em Chicago (acompanhado pela guitarra de Elmore James) e em Nova Orleans, e mais freqüentemente em Nova York, com arranjos de Jesse Stone. A Atlantic aproveitou ainda para reunir Turner e Pete Johnson num disco de jazz: The Boss Of The Blues (1956). A parceria com a Atlantic durou até 1961, e depois disso Turner gravou por sua conta com outros selos.

Mudou-se para o sul da Califórnia durante os anos cinqüenta e dificilmente saía do estado para atuar, pelo menos nos EUA, pois se converteu num “habituè” do circuito europeu nos anos sessenta. Finalmente, Norman Granz e o selo Pablo reconduziram a carreira de Turner ao editar com regularidade – e até sua morte – vários LP junto a estrelas do jazz como Count Basie. O filme Last Of The Blues Devils (1979) – uma reunião de bluesistas de Kansas City dos anos trinta e quarenta – está repleto de canções suas. Foi nominado ao Grammy por seu disco Blues Train (1982) editado pela Muse e gravado pelo novo grupo de New England, Roomful of Blues.

domingo, 17 de maio de 2009

John Lee Hooker – The Healer (1989)


Esse álbum pode ser considerado o renascimento de Hooker no blues moderno. É um disco espetacular para qualquer apreciador de blues ou mesmo de rock, e conta com colaborações mais que especiais de grandes nomes da música como Carlos Santana na faixa título – com esse toque latino que só a guitarra de Santana consegue dar – Bonnie Rait em “I’m in the Mood” – uma das melhores parcerias de Hooker na minha singela opinião; essa música é espetacular, e o jogo de vozes entre os dois faz dela melhor ainda – Los Lobos em “Think Twice Before You Go” é blues em estado puro, George Thorogood em “Sally Mae” – uma pérola acústica – Robert Cray em “Baby Lee”, Canned Heat em “Cuttin’ Out” e Charlie Musselwhite em “That’s Alright”. Um disco suave, romântico, clássico, com uma qualidade musical excepcional e a inconfundível voz de Hooker como linha maestra em todas as faixas mostrando ter envelhecido como um bom whisky, para ser bebido com o respeito devido.

Baixe e escute ao “curandeiro”:

http://www.zshare.net/download/92498716afe40399/

quarta-feira, 13 de maio de 2009

John Lee Hooker – It Serves You Right To Suffer (1966)


Só pelo título esse disco já deveria ser considerado um clássico desde seu lançamento. Não existe título mais blues que esse. Mas, como diriam os roteiristas dos comerciais de televendas, não é só isso. Originalmente lançado pela Impulse em 1966, esse álbum contém blues de primeira qualidade impregnado com o “boogie groove” que só ele sabia fazer. O tempo avançado de “Shake it Baby”, o ritmo justo e relaxado de “Country Boy”, a dançante “Bottle Up & Go”, a sexy “Sugar Mama” e o tão conhecido mood de Hooker na faixa título são o suficiente para fazer desse disco um dos grandes do blues. E ainda tem Money...

01. Shake it Baby
02. Country Boy
03. Bottle Up And Go
04. You’re Gone
05. Sugar Mama
06. Decoration Day
07. Money (That’s What I Want)
08. It Serves You Right To Suffer

Não preciso falar mais nada… Baixa e escuta você mesmo…

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The Hot Spot – Original Motion Picture Soundtrack (1990)


Miles Davis, John Lee Hooker e Taj Mahal juntos no mesmo disco... Não sei se preciso continuar escrevendo... Bom, antes de mais nada, deve-se levar em consideração que isso é a trilha sonora de um filme, e todas as músicas foram pensadas e compostas com esse fim. Geralmente não gosto de trilhas sonoras. Me atreveria dizer que posso contar nos dedos das mãos as que considero realmente boas. Mas ainda assim é uma mistura interessante: Os gemidos de Hooker e o trompete de Davis acompanhados por uma banda impressionante liderada pelo lendário Taj Mahal não podem dar errado. E no meio disso tudo podemos tirar algumas pérolas, como “Gloria’s Story” e as quase idênticas “Bank Robbery” e “End Credits” numa complicada fusão de blues e jazz.

01. Coming to Town
02. Empty Bank
03. Harry’s Phylosophy
04. Dolly’s Arrival
05. Harry And Dolly
06. Sawmill
07. Bank Robbery
08. Moanin’
09. Gloria’s Story
10. Harry Sets Up Sutton
11. Murder
12. Blackmail
13. End Credits

Baixe e deixe tocando, relaxe…

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John Lee Hooker – Plays And Sings The Blues (1961)


LP editado em 1961 pela Chess contendo as pérolas gravadas por Hooker em 1951-1952, acompanhado somente pela segunda guitarra de Eddie Kirkland. Outro clássico aonde podemos apreciar as músicas do início da carreira do Boogie Man que imortalizaram sua guitarra e a característica “batida de pé” e aonde – coisa pouco freqüente em sua discografia – nos presenteia com duas covers. “Worried Life Blues” de Big Maceo Merriweather e “Please Don’t Go” de Muddy Waters. É realmente gratificante ver como Hooker consegue fazer mágica usando tão poucos recursos, com uma música tão simples como o blues em si. Quando você inconscientemente começar a bater o pé ao ritmo da música enquanto estiver ouvindo a esse disco gravado a mais de 50 anos atrás, lembre-se: o blues te pegou, e agora não tem mais volta atrás.

01. The Journey
02. I Don’t Want Your Money
03. Hey Baby, You Look Good to Me
04. Mad Man Blues
05. Bluebird
06. Worried Life Blues
07. Apologize
08. Lonely Boy Boogie
09. Please Don’t Go
10. Dreamin’ Blues
11. Hey Boogie
12. Just Me and My Telephone

Baixe, escute, e bata o pé:

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John Lee Hooker – Urban Blues (1967)


Disco lançado pela Bluesway, originalmente gravado em três sessões – duas em Chicago nos dias 26 de setembro e 27 de novembro de 1967 e outra em Los Angeles dia 29 de Maio de 1969. Tocando com banda – e que banda – Hooker se beneficia de uma batida mais sólida para soltar livremente sua inconfundível guitarra e seu cantar peculiar. Músicas como “Boom Boom” ou “Mr. Lucky” são clássicos incontestes da história do blues. Em “The Motor City Is Burning” o mestre canta sobre as grandes mudanças que experimentava vivendo na Detroit dos sessenta e “Want Ad Blues” é hoje tão atual como na época em que foi gravada. Por muitos considerado um disco de transição entre sua época solo e sua posterior fase tocando principalmente com bandas, esse disco é pra mim um dos melhores blues dos sessenta, sem sombra de dúvida. Espero que pra vocês também.

01. Cry Before I Go
02. Boom Boom Boom
03. Backbiters & Syndicaters
04. Mr. Lucky
05. My Own Blues
06. I Can`t Stand to Leave You
07. Think Twice Before You Go
08. I'm Standing in Line
09. Hot Spring Water Pt. 1
10. Hot Spring Water Pt. 2
11. The Motor City is Burning
12. Want Ad Blues

Baixe e escute ao blues urbano de Hooker:

http://www.zshare.net/download/92498150d0c50827/

Grandes Nomes do Blues 18 – John Lee Hooker

John Lee Hooker nasceu no dia 22 de agosto de 1917 perto de Clarksdale, Mississippi. O cantor Tony Hollins lhe presenteou com seu primeiro instrumento, mas foi seu padastro, Will Moore, quem lhe ensinou a tocar. Moore tocava em bares e casas de espetáculos no Delta e costumava acompanhar a Charley Patton e a Son House. Hooker herdou os parâmetros rítmicos de seu padastro, os quais acabou por chamar “boogie”.

Em 1933 John Lee Hooker deixou atrás sua família e o Mississippi para tocar, primeiro em Memphis e depois em Cincinatti, aonde se instalaria durante alguns anos. Encontrou trabalho fixo enquanto reservava os fins de semana para tocar em festas particulares, nas ruas, ou em vários quartetos de gospel. Em 1943 mudou-se para Detroit. Mesmo conseguindo tocar em bares na região da rua Hastings, continuou com seu emprego diurno até ser descoberto por Bernie Bessman. Hooker faria sua estréia para o selo Sensation em setembro de 1948.

O primeiro disco de Hooker, “Boogie Chillen”, foi um sucesso. Bessman conhecia as limitações da Sensation – era um selo local à mercê da distribuidora Pan American Record Distributors – de forma que registrou “Boogie Chillen” na Modern Records de Los Angeles para dar-lhe o alcance nacional que ele não poderia garantir. O disco chegou ao número um das listas da “Race Records” da revista Billboard, dando assim o tiro de largada à carreira musical de Hooker. Após a comercialização do disco muitas companhias viriam a contratá-lo, sob inúmeros pseudônimos: “Texas Slim” para a King Records, “Delta John” para a Regent, “Birmingham Sam” para a Savoy, “Johnny Williams” para a Prize, para a Staff e para a Gotham, “Boogie Man” para a Acorn, e John Lee Hooker para a Chance e para a Chess. Porém nada disso afetou as vendas da Modern porque os êxitos continuaram com “Hobo Blues”, “Crawling King Snake Blues” e o número um das listas de R&B da Billboard “I’m In The Mood”. A última coisa com que Hooker se preocupou durante quase toda a sua carreira foram os pormenores de seus contratos discográficos.

Entre 1948 e 1951 Hooker trabalhou normalmente em Detroit, sozinho ou com os Boogie Ramblers. Quando sozinho – ou formando um duo – não seguia um único parâmetro e aludia à estrutura de 12 compassos, e quando em grupo geralmente seguia o formato tradicional. Seu primeiro grande trabalho viria em 1952 acompanhado pela segunda guitarra de Eddie Kirkland e somente a partir de 1955, pela Vee Jay, Hooker gravaria regularmente com o grupo. “Boom Boom” foi o maior sucesso dessa época.

Os discos de Hooker foram comercializados em formato LP a partir dos anos sessenta. Por outro lado, sua presença nos festivais Newport Folk e Newport Jazz de 1960 fez crescer o seu público pela primeira vez entre os universitários brancos. A partir de 1962 não parou de fazer shows e tocar em salas especializadas na Europa e America. Em 1966 assinou um contrato de três anos com a Bluesway que gerou excelentes discos com bandas de blues, mas o selo quebrou, e a companhia ABC Records, sócia da primeira, não tardou em atar a Hooker. Vários selos europeus também quiseram gravá-lo. Em 1970 Hooker fez uma colaboração com o grupo californiano Canned Heat, o que gerou o álbum “Hooker’n Heat” de 1971 e que serviu como apresentação aos fãs de rock’n roll.

O último e glorioso capitulo de sua carreira se enquadra dentro da associação com a Rosebud Agency, empresa que se ocupou de sua agenda durante os anos oitenta. Paralelamente, nasceria a relação de amizade entre Hooker e Carlos Santana, o que nos presentearia com “The Healer” de 1989, disco que o relançaria novamente ao estrelato. Em 1990 gravaria a trilha sonora do filme “The Hot Spot” em parceria com Taj Mahal e Miles Davis. Hooker continuaria atuando de vez em quando, gravando e recebendo prêmios até sua morte em 2001.

A partir desse post começo com uma atualização na série grandes nomes do blues. Ao invés de postar um disco de cada músico, a partir de agora – e principalmente pela maior quantidade de material disponível – disponibilizarei para deleite de meus leitores uma série de discos de cada um dos grandes nomes, começando com o inigualável John Lee Hooker. Espero que seja do agrado de todos.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

RALA QUE ROLA

Sei que nao tem nada a ver com o conteúdo geral desse blog, mas nao poderia deixar passar...