sexta-feira, 22 de maio de 2009

Grandes Nomes do Blues 19 – Big Joe Turner


Joseph Vernon Turner nasceu dia 18 de maio de 1911 em Kansas City, Missouri. Abandonou o colégio na primária para trabalhar na rua junto a músicos cegos que lhe impregnaram do blues que se respirava no ambiente da cidade, e que o levaram a compor suas próprias letras – apesar de Turner ter sido analfabeto funcional e de jamais aprender a ler ou escrever corretamente.

Quando adolescente afirmava ter estudado a Leroy Carr, Lonnie Johnson, Bessie Smith e Ethel Waters, e com 17 anos já tinha atuado junto a Pete Johnson no Backbiter’s Club. Como não existiam microfones na época, reza a lenda de que sua portentosa voz se podia ouvir a dez quarteirões de distancia. Nascia assim um novo tipo de cantor de blues: o blues “shouter”.

No começo dos anos trinta, Turner e Johnson se mudaram ao Black and Tan, o club aonde Turner se aproveitaria para aprender a como administrar um bar. Quando, em 1933, aboliu-se a Lei Seca, a dupla foi ao Cherry Blossom, um lugar maior com pista de dança e a orquestra de George E. Lee incluída. Durante esse período ambos aproveitaram para conhecer a Omaha e St. Louis. Em 1935 voltaram a transladar-se – dessa vez ao Sunset Café – ao lugar aonde John Hammond lhes ouviria e terminaria por convidar-lhes a participar do show Spirituals To Swing em Nova York. Tamanha vitrine lhes permitiu juntar forças com Albert Ammons e Meade “Lux” Lewis e começar um período de quatro anos na casa de espetáculos Café Society, especializada em música negra. Johnson e Turner estrearam para a Vocalion, porém Joe terminaria por mudar-se à Deca em 1940. As bandas de jazz lutavam por tocar com Turner, que colaborou com Varsity Seven, Benny Carter, Joe Sullivan e Art Tatum, e que ainda soube cercar-se de pianistas como Sammy Price ou Willie “The Lion” Smith para gravar seus próprios discos.

No verão de 1941 Turner foi a Los Angeles para participar do musical Jump For Joy de Duke Ellington. Turner aderiu-se ao espetáculo já estreado, mas Ellington tinha lhe preparado um blues para cantar quanto chegasse: “Rocks In My Bed”. O musical durou até o final de setembro e esse foi o ato central que Turner interpretou e que lhe permitiu voltar ao Café Society de Nova York.

Foi contratado pela National Records em 1945 e gravou em Nova York, Chicago e Los Angeles acompanhado de pequenos grupos, que geralmente incluíam sopros. Entre 1947 e 1948 gravou sessões na Califórnia para os selos Aladdin, Swingtime e MGM. Instalou-se em Nova Orleans no final dos quarenta até assinar um contrato com a Atlantic Records e começar assim seu período de máxima popularidade.

Os sócios da Atlantic – Ahmet Ertegun e Herb Agrahamson – pressentiram que Turner poderia prosperar no R&B, um gênero que cativava à audiência negra. Efetivamente, Turner não decepcionou lançando sucessos como “Chains Of Love”, “Honey Hush” ou “Shake, Rattle & Roll”, e preparando seu salto definitivo do blues ao imediato Rock’n Roll. Gravou em Chicago (acompanhado pela guitarra de Elmore James) e em Nova Orleans, e mais freqüentemente em Nova York, com arranjos de Jesse Stone. A Atlantic aproveitou ainda para reunir Turner e Pete Johnson num disco de jazz: The Boss Of The Blues (1956). A parceria com a Atlantic durou até 1961, e depois disso Turner gravou por sua conta com outros selos.

Mudou-se para o sul da Califórnia durante os anos cinqüenta e dificilmente saía do estado para atuar, pelo menos nos EUA, pois se converteu num “habituè” do circuito europeu nos anos sessenta. Finalmente, Norman Granz e o selo Pablo reconduziram a carreira de Turner ao editar com regularidade – e até sua morte – vários LP junto a estrelas do jazz como Count Basie. O filme Last Of The Blues Devils (1979) – uma reunião de bluesistas de Kansas City dos anos trinta e quarenta – está repleto de canções suas. Foi nominado ao Grammy por seu disco Blues Train (1982) editado pela Muse e gravado pelo novo grupo de New England, Roomful of Blues.

Nenhum comentário:

Postar um comentário