quarta-feira, 13 de maio de 2009

Grandes Nomes do Blues 18 – John Lee Hooker

John Lee Hooker nasceu no dia 22 de agosto de 1917 perto de Clarksdale, Mississippi. O cantor Tony Hollins lhe presenteou com seu primeiro instrumento, mas foi seu padastro, Will Moore, quem lhe ensinou a tocar. Moore tocava em bares e casas de espetáculos no Delta e costumava acompanhar a Charley Patton e a Son House. Hooker herdou os parâmetros rítmicos de seu padastro, os quais acabou por chamar “boogie”.

Em 1933 John Lee Hooker deixou atrás sua família e o Mississippi para tocar, primeiro em Memphis e depois em Cincinatti, aonde se instalaria durante alguns anos. Encontrou trabalho fixo enquanto reservava os fins de semana para tocar em festas particulares, nas ruas, ou em vários quartetos de gospel. Em 1943 mudou-se para Detroit. Mesmo conseguindo tocar em bares na região da rua Hastings, continuou com seu emprego diurno até ser descoberto por Bernie Bessman. Hooker faria sua estréia para o selo Sensation em setembro de 1948.

O primeiro disco de Hooker, “Boogie Chillen”, foi um sucesso. Bessman conhecia as limitações da Sensation – era um selo local à mercê da distribuidora Pan American Record Distributors – de forma que registrou “Boogie Chillen” na Modern Records de Los Angeles para dar-lhe o alcance nacional que ele não poderia garantir. O disco chegou ao número um das listas da “Race Records” da revista Billboard, dando assim o tiro de largada à carreira musical de Hooker. Após a comercialização do disco muitas companhias viriam a contratá-lo, sob inúmeros pseudônimos: “Texas Slim” para a King Records, “Delta John” para a Regent, “Birmingham Sam” para a Savoy, “Johnny Williams” para a Prize, para a Staff e para a Gotham, “Boogie Man” para a Acorn, e John Lee Hooker para a Chance e para a Chess. Porém nada disso afetou as vendas da Modern porque os êxitos continuaram com “Hobo Blues”, “Crawling King Snake Blues” e o número um das listas de R&B da Billboard “I’m In The Mood”. A última coisa com que Hooker se preocupou durante quase toda a sua carreira foram os pormenores de seus contratos discográficos.

Entre 1948 e 1951 Hooker trabalhou normalmente em Detroit, sozinho ou com os Boogie Ramblers. Quando sozinho – ou formando um duo – não seguia um único parâmetro e aludia à estrutura de 12 compassos, e quando em grupo geralmente seguia o formato tradicional. Seu primeiro grande trabalho viria em 1952 acompanhado pela segunda guitarra de Eddie Kirkland e somente a partir de 1955, pela Vee Jay, Hooker gravaria regularmente com o grupo. “Boom Boom” foi o maior sucesso dessa época.

Os discos de Hooker foram comercializados em formato LP a partir dos anos sessenta. Por outro lado, sua presença nos festivais Newport Folk e Newport Jazz de 1960 fez crescer o seu público pela primeira vez entre os universitários brancos. A partir de 1962 não parou de fazer shows e tocar em salas especializadas na Europa e America. Em 1966 assinou um contrato de três anos com a Bluesway que gerou excelentes discos com bandas de blues, mas o selo quebrou, e a companhia ABC Records, sócia da primeira, não tardou em atar a Hooker. Vários selos europeus também quiseram gravá-lo. Em 1970 Hooker fez uma colaboração com o grupo californiano Canned Heat, o que gerou o álbum “Hooker’n Heat” de 1971 e que serviu como apresentação aos fãs de rock’n roll.

O último e glorioso capitulo de sua carreira se enquadra dentro da associação com a Rosebud Agency, empresa que se ocupou de sua agenda durante os anos oitenta. Paralelamente, nasceria a relação de amizade entre Hooker e Carlos Santana, o que nos presentearia com “The Healer” de 1989, disco que o relançaria novamente ao estrelato. Em 1990 gravaria a trilha sonora do filme “The Hot Spot” em parceria com Taj Mahal e Miles Davis. Hooker continuaria atuando de vez em quando, gravando e recebendo prêmios até sua morte em 2001.

A partir desse post começo com uma atualização na série grandes nomes do blues. Ao invés de postar um disco de cada músico, a partir de agora – e principalmente pela maior quantidade de material disponível – disponibilizarei para deleite de meus leitores uma série de discos de cada um dos grandes nomes, começando com o inigualável John Lee Hooker. Espero que seja do agrado de todos.

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