segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Muddy Waters – The Complete Plantation Recordings (1993)


Nessas primeiras gravações Muddy Waters tinha entre 26 e 27 anos, tocava de vez em quando e teve que pegar o violão de Alan Lomax emprestado porque não tinha um. Um bom blues, mais relaxado e bastante menos intenso que os clássicos gravados anos mais tarde para a Chess, aonde se pode apreciar suas influencias diretas dos blues do Delta e de Son House e deleitar-se com algumas das entrevistas originais feitas por Alan Lomax em sua expedição buscando a música americana por excelência.

01. Country Blues (1st Version)
02. Interview #1
03. I Be’s Troubled
04. Interview #2
05. Burr Clover Farm Blues
06. Interview #3
07. Ramblin’ Kid Blues (Partial)
08. Ramblin’ Kid Blues
09. Rosalie
10. Joe Turner
11. Pearlie May Blues
12. Take A Walk With Me
13. Burr Cover Blues
14. Interview #4
15. I Be Bound To Write To You (1st Version)
16. I Be Bound To Write To You (2nd Version)
17. You’re Gonna Miss Me When I’m Gone (1st Version)
18. You Got To Take Sick And Die Some of These Days
19. Why Don’t You Live So God Can Use You
20. Country Blues (2nd Version)
21. You’re Gonna Miss Me When I’m Gone (2nd Version)
22. 32-20 Blues

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Muddy Waters – Electric Mud (1968)


Esse é um dos mais interessantes discos de blues já produzidos, mas tome cuidado, não venha achando que vai escutar o blues puro eletrificado de seus outros discos porque vai ter uma surpresa, e bastante agradável em minha opinião. Nesse álbum Waters faz uma mistura bem louca entre o blues e o rock psicodélico dos anos 60, um disco conceitual ideado pelo filho de Leonard Chess, Marshall, e produzido por seu recém criado selo, Cadet Concept. Seis das oito canções do disco são clássicos de seu catalogo reinterpretados sob essa influencia como “I Just Want To Make Love To You”, “I’m Your Hoochie Coochie Man” ou “Mannish Boy”, e ainda encontramos uma cover de “Let’s Spend The Night Together” dos Rolling Stones. Levando em conta que muitos dos músicos de rock dos anos 60 beberam diretamente do blues, Muddy fez o caminho inverso deixando de lado qualquer tipo de purismo e dizendo abertamente como ele também pirou com a guitarra de Jimi Hendrix.

01. I Just Want To Make Love To You
02. I’m Your Hoochie Coochie Man
03. Let’s Spend The Night Together
04. She’s Alright
05. Mannish Boy
06. Herbert Harper’s Free Press News
07. Tom Cat
08. The Same Thing

Baixe aqui e escute:

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Muddy Waters – Fathers And Sons (1969)


Desde a ilustrativa capa, com a sugestiva aproximação entre deus e o homem – pai e filho – esse é um cd magistral, provavelmente o melhor dos projetos de aproximação entre gerações já gravado. As então já lendas-vivas do blues Muddy Waters e seu excelente pianista Otis Spann, junto ao veterano baterista Sam Lay, tocam juntos a três jovens músicos brancos e fãs incondicionais: Michael Bloomfield na guitarra, Donald “Duck” Dunn no baixo e Paul Butterfield na gaita. E o resultado é magnífico. E como se não bastasse, as últimas seis musicas desse disco foram tocadas pelos mesmos ao vivo no 24 de abril de 1969 num show em Chicago somente três dias depois de gravar as outras em estúdio.

1. All Aboard
2. Mean Disposition
3. Blow Wind Blow
4. Can't Lose What You Ain't Never Had
5. Walkin Thru The Park
6. Forty Days And Forty Nights
7. Standin 'Round Crying
8. I'm Ready
9. Twenty Four Hours
10. Sugar Sweet
11. Country Boy
12. I Love the Life I Live (I Live the Life I Love)
13. Oh Yeah
14. I Feel So Good
15. Long Distance Call (live)
16. Baby Please Don't Go (live)
17. Honey Bee (live)
18. The Same Thing (live)
19. Got My Mojo Working Pt.1 (live)
20. Got My Mojo Working Pt.2 (live)

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Muddy Waters – Authorized Bootleg – Live at the Fillmore Auditorium – San Francisco (1966)


Aproximadamente 74 minutos divididos em 15 faixas selecionadas de 3 shows de Waters no Auditorio Fillmore de San Francisco no começo de novembro de 1966, junto a George Smith na gaita, Luther “Georgia Boy” Johnson e Sammy Lawhorn nas guitarras, Mac Arnold no baixo e Francis Clay na bateria, uma das melhores bandas de Muddy. Uma das diferenças encontradas nesse direto é a falta de um pianista, o que lhe dá uma interessante diferenciação aos demais. É blues puro e duro, tocado como deve ser tocado.

01. Forty Days And Forty Nights
02. I’m Your Hoochie Coochie Man
03. Rock Me
04. Baby Please Don’t Go
05. She Moves Me
06. Got My Mojo Working
07. You Can’t Loose What You Ain’t Never Had
08. Forty Days And Forty Nights
09. Baby Please Don’t Go
10. Thirteen Highway
11. Rock Me
12. Honey Bee (Aka Sail On)
13. Trouble No More
14. I’m Your Hoochie Coochie Man
15. Long Distance Call

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Muddy Waters – At Newport (1960)


Quando pisou no cenário do festival de jazz de Newport em 1960 Waters já era o maior blueseiro vivo, mas foi com esse disco que influenciou diretamente o rock and roll que surgia, principalmente o British Rock – há quem diga que foi esse show que inspirou caras como Eric Burdon, Eric Clapton, Steve Winwood, Jeff Beck, Keith Richards ou Jimmy Page a tocar. A espetacular versão de “I’ve Got My Mojo Working” é um exemplo do incrível controle que exerce sobre seu potente vocal, fora clássicos como “I Got My Brand On You”, “I’m Your Hoochie Coochie Man” ou “Baby Please Don’t Go”, acompanhado por James Cotton na gaita, Otis Spann no piano, Pat Hare na guitarra rítmica, Andrew Stevenson no baixo e Francis Clay na bateria.

1. I Got My Brand on You
2. (I'm Your) Hoochie Coochie Man
3. Baby Please Don't Go
4. Soon Forgotten
5. Tiger in Your Tank
6. I Feel So Good
7. I've Got My Mojo Working
8. I've Got My Mojo Working, Pt. 2
9. Goodbye Newport Blues

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Grandes Nomes do Blues 24 – Muddy Waters


McKinley Morganfield nasceu em abril de 1915 em Rolling Fork, Mississippi, e foi educado por sua avó Della Jones, que trabalhava na plantação Stovall em Clarksdale. Ainda pequeno deixou a escola, e a pesar de aprender a tocar a gaita aos nove anos foi um analfabeto funcional por toda sua vida.
Aos dez anos, Morganfield era um fazendeiro que nos fins de semana dedicava-se a ouvir música nos botecos locais ou pelo gramofone de sua avó. Aos treze começou a tocar sua gaita hipnotizado pelo “How Long Blues” de Leroy Carr, e ainda pôde ver ao vivo a Charley Patton e aos Mississippi Sheiks de Big Joe Williamson em Clarksdale. Em pouco tempo começou a apresentar-se pelos bares da cidade sob o apelido que havia buscado, Muddy Waters.
Em 1932 Son House deixava-se ver pelas espeluncas musicais da região e o jovem Muddy Waters cativou-se de tal forma que o músico ensinou-lhe a como deslizar por primeira vez seus dedos pelo violão que acabara de comprar. Waters também aprendeu de Patton e de seu grande amigo Robert Lee McCollum (posteriormente Robert Nighthawk) e pôde desfrutar dos shows de Robert Johnson em 1937. De fato, anos mais tarde Waters afirmaria que seu estilo era uma mescla das influencias de House, Johnson e inovações próprias.
Allan Lomax gravou a Muddy Waters na plantação de Stovall em agosto de 1941 e em julho de 1942, justo antes do mesmo decidir se mudar para Chicago para trabalhar com Jimmy Rogers. Em 1945 comprou sua primeira guitarra elétrica e em abril de 1947 debutava pela Aristocrat Records com músicas como “Gypsy Woman” ou “Little Anna Mae”, acompanhado por Sunnyland Slim no piano e Big Crawford no baixo. Da segunda sessão em 1948 saíram “I Can’t Be Satisfied” e “Feel Like Going’ Home”, que mesmo sem o êxito esperado lhe permitiram sonhar com uma carreira musical. O produtor de Muddy e proprietário da Aristocrat (que viria a ser a Chess Records) poupava o quanto podia na hora de contratar backup musical, e durante todo o ano de 1950 Muddy teve que se conformar com tocar exclusivamente com Crawford. Foi só em dezembro de 1951 que Little Walter, Rogers e Muddy gravaram juntos: o renovado blues de Chicago começava a ser desenhado.
Em 1952 Rogers apresentou Otis Spann a Waters, e os três, juntos com Walter, Willie Dixon e o baterista Fred Below se trancaram num estúdio até conseguir o maior single de Muddy, “I’m Your Hoochie Coochie Man”; esse clássico foi seguido por “Just Make Love To Me”, “I’m Ready” e “Mannish Boy”. Apesar de que os membros do grupo nem sempre foram os mesmos – Walter saiu em 1952, Pat Hare substituiu a Rogers em 1957, Dixon só aparecia esporadicamente e passaram uns quantos bateristas – o estilo de Muddy sempre seguiu uma linha constante.
Em 1958 o cantor inglês Chris Barber convenceu Muddy a fazer uma turnê pela Inglaterra, uma oportunidade de tocar para um grande público – coisa cada vez mais difícil nos EUA devido ao auge do rock and roll e ao limitado publico negro. A Bretanha dos anos 50 recebeu-lhe com muito entusiasmo sem dar ouvidos para as criticas que vinha recebendo por usar amplificadores, no que foi provavelmente a primeira vez que uma banda amplificada tocava Hard Rock por lá , ao ponto de fazer um dos críticos presentes ir escrever no banheiro incomodado pelo volume. Após o êxito, Waters convenceu Cyril Davis e Alexis Korner a voltar ao blues, fato que precipitou um ressurgir do mesmo nos anos 60.
Em 1959 Muddy tocou no Carnegie Hall de Nova York e no ano seguinte participou do Newport Jazz Festival, e a Chess não hesitou em gravar um disco seu, álbum importantíssimo para ele com “Got My Mojo Working” convertendo-se no hit que lhe alçou à fama. Em vinte anos, McKinley Morganfield deixou de ser um fazendeiro da plantação de Stovall e converteu-se em Muddy Waters, artista mundialmente conhecido. Continuou gravando, atuando e colaborando com outros até o fim de uma carreira cheia de prêmios e reconhecimentos ao homem que modernizou e inspirou o blues moderno. Uma parada cardíaca acabou com sua vida no dia 30 de abril de 1983.
Sua influência foi enorme dentro da música e em diferentes estilos, sendo até hoje versionada por inúmeras bandas dos mais variados estilos. Entre inúmeras historias, Waters ajudou Chuck Berry a conseguir seu primeiro contrato, os Rolling Stones devem seu nome a uma de suas músicas, e “Whole Lotta Love” do Led Zeppelin está baseada na sua “You Need Love”.