segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Grandes Nomes do Blues 33 – The Allman Brothers Band



Poucas bandas além dos Allman Brothers conseguiram deixar sua marca no cenário do blues americano dos anos 70. Identificaram-se pela mistura de blues, jazz, rock e country, criando um ritmo próprio que foi predominante na recém criada FM, contagiando assim a um grande público. A Allman Brothers Band chegou ao século XXI deixando atrás tragédias, largos períodos de inatividade e grandes baixas.

O guitarrista Duane Allman (1946-1971) e seu irmão, teclado e vocal Gregg Allman (1947) cresceram em Daytona Beach, Florida, e formaram seu primeiro grupo – Escorts – copiando a música e os trejeitos dos Rolling Stones e dos Beatles. A partir daí, e já com o nome de Allman Joys, evoluíram a um blues e a um soul mais duros e, posteriormente, como Hour Glass, publicariam dois discos para o selo Liberty. Ao final dos anos sessenta, Duane mudou-se a Muscle Shoals, Alabama – berço do futuro soul – para trabalhar como guitarrista de estúdio, conhecido por acompanhar a King Curtis, Wilson Pickett ou Aretha Franklin, enquanto aperfeiçoava seu R&B, soul e blues. Em 1969 o diretor Phil Walden pediu-lhe que formasse um grupo o quanto antes, e assim contratou o baixista Berry Oakley, o guitarrista Dickey Betts e dois bateristas, Butch Trucks e Jai Johanny Johanson (Jaimoe). O projeto foi aceito após uma série de maratonianas provas, com a inclusão do órgão e da voz de Gregg Allman. Inicialmente a Allman Brothers Band percorreu exclusivamente Georgia e Florida, com o objetivo de assentar sua linha de blues-rock, mas seu primeiro disco para o selo Walden – Capricorn – veio nesse mesmo ano, e ainda que não se tenha vendido o esperado, foi muito bem reconhecido pela crítica. O grupo muda-se então a Macon, Georgia, introduzindo ao seu estilo tanto o violão acústico como alguns toques de jazz, enquanto Duane continua trabalhando em estúdio junto a Boz Scaggs, Otis Rush e Johnny Jenkins, além de Eric Clapton, Bonnie & Delany, e posteriormente com Derek & the Dominos para gravar o clássico  “Layla and Other Assorted Love Songs”.

A partir de seu segundo disco, das jam sessions que animavam seus shows e do sucesso de “Midnight Rider”, a popularidade da banda não parou de crescer. Enquanto seus membros fossem capazes de acertar de vez em quando os compassos com o tempo, a música era suficientemente aceitável para aproveitar-se da situação.

Em 1971 o selo Polydor aproveitou a boa forma do grupo para gravar uma série de shows que deram na sala Fillmore East, e assim, o que seria seu terceiro disco transformou seu líder no novo herói americano da guitarra. Lamentavelmente, logo após receber o disco de ouro com “At Fillmore East”, Duane Allman morreria num acidente de moto. Quase um ano depois, com o lançamento do próximo disco “Eat a Peach”, Berry Oakley também perderia sua vida num acidente de moto. Ao invés de acabar com a banda, tanto Gregg como Dickey Betts centraram-se ainda mais nela. Os primeiros dois discos depois da tragédia foram editados em formato LP duplo, e o seguinte se distanciou do blues, aproximando-se de uma linha mais country: “Ramblin’ Man” foi um grande sucesso.

Por volta de 1974 a coisa foi de mal a pior. Gregg Allman não se esforçava muito em manter a banda viva, especialmente depois de seu casamento com a cantora Cher e por seus contínuos abusos com as drogas. Dois anos mais tarde chegaria a dissolução da banda, e enquanto Betts seguiria em carreira solo, o resto da banda formaria a Sea Level.  

Em 1978 Allman voltou, novo, querendo reunir a banda e reconquistar seu espaço num cenário a priori bastante desfavorável, com o New Wave e o Punk dominando as rádios. Durante os anos oitenta o grupo voltou a lutar, a gravar e a vender tantos discos como em sua época dourada. Em 1989 a Allman Brothers Band novamente se reinventava, introduzindo dois novos membros – Warren Haynes (guitarra) e Allen Woody (baixo) – que elevaram a qualidade musical da banda como não se via a anos. O seguinte disco, “Seven Turns”, mostrou que a fusão de rock, blues e country ainda funcionava trinta anos depois. O grupo voltou ao topo das listas, enchendo estádios e ganhando até hoje onze discos de ouro e cinco de platina, sendo classificada pela revista Rolling Stone no #52 em sua lista dos 100 maiores artistas de todos os tempos, e é considerada, junto a Lynyrd Skynyrd, banda seminal do rock sulista norte-americano. 

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