quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Grandes Nomes do Blues 23 – Fats Domino


Antoine Domino Junior nasceu dia 26 de fevereiro de 1928 em New Orleans, Louisiana, o caçula de oito irmãos. Seu pai tocava violino com o grupo Fair Grounds Race Track de New Orleans. Ainda jovem estudou piano com Harrison Varett – membro da banda Papa Celestin – quem o assessorou e o animou a seguir adiante.
Durante sua adolescência continuou praticando e prestando atenção aos grandes do boogie-woogie como Meade “Lux” Lewis e Albert Ammons – aos que escutava nas jukebox dos bares – e aprendendo dos pianistas Charles Brown e Amos Milburn. Aos 16 anos já tocava em festas privadas e aos 17 juntou-se ao grupo de Billy Diamond, quem o batizou como “Fats”. Em 1949 converteu-se num habitué do Hideaway Club, coisa que lhe serviu para deixar-se ver e fazer contatos. Foi Dave Bartholomew, líder de um grupo local que também se apanhava como caça-talentos, quem convidou a Lew Chudd, dono de uma discográfica, ao Hideaway para ver Fats. Domino saiu daí com um contrato que lhe permitiu escrever canções junto a Bartholomew, agora seu produtor. Durante a primeira sessão, no 10 de dezembro de 1949, gravaram “The Fat Man”, uma versão do tema “Junker’s Blues” de Jack Dupree que Bartholomew havia camuflado com uma nova letra. A canção estourou, escalando até o segundo lugar das listas da Race Records da revista Billboard.
A partir de então, Fats formou seu próprio grupo à imagem e semelhança do de Bartholomew – alguns músicos incluídos – de forma que seu estilo teve como base sua voz, o piano e os solos de saxo tenor. Os arranjos musicais naqueles anos não divergiam muito de outras bandas de blues; agora, sua verdadeira marca distintiva reside no peculiar som de seu piano, que se fez patente com “Every Night About This Time” de 1950.
Como os êxitos foram se repetindo, Fats continuou trabalhando em New Orleans com os mesmos músicos. Em 1952 publicou “Goin’ Home” que subiu ao número um como antes o fizera com “Lawdy Miss Clawdy” de Lloyd Price, uma versão da música de Junker na qual Fats nos presenteava tocando o piano. O R&B de New Orleans se preparava para invadir o país e Fats Domino seria seu estandarte. Uma mostra disso foram duas de suas músicas que arrasaram em 1953, “Please Don’t Leave Me” e “Goin’ To The River” junto ao saxofonista Herb Hardesty - que lhe acompanharia em turnês ainda que depois compartindo palco com os solos de Lee Allen.
O rock’n’roll não chegaria até 1955, mas Fats Domino dominava o cenário, primeiro com três número um consecutivos – “Ain’t That A Shame”, “All By Myself” e “Poor Me” – e em 1956 outros três – “I’m In Love Again”, “Blueberry Hill” e “Blue Monday”. O estilo da banda de Fats mudou pouco com o tempo e quando hoje é questionado pelo rock’n’roll, afirma que seu estilo é R&B e que sempre foi assim. De fato, Fats Domino continuou tocando e pouco mudou desde que esteve na boca de todos há 50 anos, mas seu legado é tão importante que ele mesmo seria incapaz de tocar todos os seus êxitos em um só show. Em 2005 teve que mudar-se de sua adorada New Orleans vitima do furacão Katrina, sendo resgatado por helicóptero de sua casa inundada. Durante o período de sua ausência forçada, sua casa foi saqueada e de seus 21 discos de ouro só sobraram 3.

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